Um levantamento do Serasa em parceria com a Opinion Box (2025) revela que dois terços das mulheres brasileiras (68%) já tiveram um pedido de crédito negado.

Para 47% delas, essa dificuldade em conseguir financiamento é o maior desafio financeiro atual, prejudicando a gestão do orçamento familiar e a capacidade de investimento.

A negação ocorre apesar da alta demanda, com 81% buscando crédito no último ano, e da participação ativa das mulheres nas finanças da casa.

A pesquisa da Serasa mostra que as mulheres buscam crédito principalmente para cobrir despesas inesperadas, quitar dívidas de cartão ou simplesmente " limpar o nome ".

Isso indica que, para muitas, o crédito funciona como um mecanismo para lidar com dificuldades financeiras emergenciais.

Esse cenário persiste mesmo com a alta responsabilidade feminina: 93% participam ativamente das decisões econômicas familiares e 80% organizam o pagamento de contas com antecedência.

Desistência e recursos informais
A recusa no crédito tem consequências graves. Um levantamento anterior da Serasa, de março de 2024, mostrou que quase metade (47%) das mulheres que tiveram um pedido negado desistem de buscar o financiamento.

Isso pode deixar necessidades urgentes sem solução ou levar ao uso de alternativas informais de crédito, geralmente mais caras.

Complementar a renda também é um desafio: 70% das mulheres já recorreram a trabalhos informais, o que dificulta a comprovação de renda estável exigida pelos bancos.

Empreendedoras e mães solo são mais afetadas
Grupos com alta responsabilidade financeira enfrentam obstáculos ainda maiores.

Dados da Serasa indicam que 74% das mulheres únicas provedoras, mães solo, por exemplo, e 68% das empreendedoras já tiveram crédito negado.

Para 35% das empreendedoras, essa dificuldade era a principal barreira para os seus negócios.

A situação é agravada pela percepção de 87% das entrevistadas de que seu papel econômico ainda é subestimado pela sociedade.

Esta subestimação pode influenciar as análises de crédito e as oportunidades oferecidas pelas instituições financeiras, criando um ciclo de dificuldade.

Fonte: IG